terça-feira, 13 de março de 2007

Olá Lisboa


Dias de Sol…
Nada melhor do que uma boa caminhada à beira-mar, sentido a areia tórrida contrastante com a água semi-gélida, salgada e purificadora que o mar emana. Sábios aqueles que por ali vão se enamorando, esquecendo-se das vicissitudes daquilo que chamam de mundo, com todas as suas guerras, fomes, pestes, corrupção, ódio, escárnio e todas as palavras “feias” que se possa pensar.
É neste entretanto, quando penso em escárnios outros, que com veemência me volto a apaixonar por mim, por ti, por ele, por ela e por todos...é ao sentir esta brisa suave percorrendo os poros mais recônditos do meu corpo, ao escutar as frequências marinas no meio do ruído dos “putos” a jogar à bola, ao ver a alegria que o sol trás com ele. Nunca tinha parado para ver este tão lindo fenómeno. E é ainda mais giro vê-lo quando não estou sozinho, (pois também me encaixo na categoria de “puto”, pois também estou a jogar a bola.)e, segundo cânones ancestrais, apenas o silêncio e a inércia podem nos ajudar a chegar a este nível de absorção, por mais básico e elementar que ele seja.
Penso nisto por um segundo…oops! Lá vem a bola!

De repente, a palavra porco ecoa dentro de mim…onde é que eu estou? Afinal já não estou na praia…o calor que inflama a minha derme é outro, o som, o toque…tudo é diferente…porco? Porquê porco? “So don’t burn the day away”
Já percebi…deixo me olhar para o lado e lá está…hoje o companheiro(não só hoje, mas hoje em particular) fiel, déspota e sobretudo auto proclamado de iluminado, Sircon, desmascara-se com um cantarolar por entre um sorriso.
Eu mantenho me neste êxtase de sensações e emoções…estou de volta aos bons velhos tempos…
Chego a casa. Um banho rápido, limpa-me o corpo deste sal natural que me cobria dos pés à alma.
“Percorro a cidade como um Homem automático, alimento-me de energia, funciono por impulsos sistemáticos.”
Olá Lisboa

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