domingo, 11 de fevereiro de 2007
Heathrow, onde um sonho ganha forma
Sentado na Smoking area do aeroporto de Heathrow, apercebo-me que, de facto, estou destinado a viajar.
No entanto, não será esta constante epopeia, um sonho partilhado por uma grande maioria da população mundial? Talvez por ser uma actividade que todos (ou quase todos) associamos a férias, um período onde deixamos em casa todos os dilemas, todas as preocupações, todas as tormentas, seguindo um único objectivo: relaxar. Numa praia, na neve, a fazer trekking, não interessa. Apenas queremos descansar.
Eu, no entanto, não me encaixo nesse lote. Cada saída de casa é uma nova aventura onde mergulho e de onde tento retirar ensinamentos de uma vida…vida esta construída por estes e por todos os pequenos fragmentos de realidade que os sentidos conseguem capturar e, sobretudo, por aquilo que a alma absorve.
Não consigo estar parado num local sem querer de lá sair. Não gosto de criar raízes, isso é certo e sabido. Mas porquê? Terei eu medo de me prender a uma pessoa ou a um lugar? Às pessoas não será…ou se calhar é mesmo delas que eu fujo. Se calhar, antes de avançar para as pessoas, precise de conhecer melhor o lugar onde vivo. O Mundo! Sim, porque me sinto cada vez mais um cidadão do Mundo. Não me parece que esta resposta ao meu medo de criar raízes seja valida, mas, por agora, é a ele que eu me quero agarrar, mas não com muita garra, porque sei que mais cedo ou mais tarde, irei ter a resposta do porquê de querer ir pela selva africana adentro, para chegar a uma praia paradisíaca onde uns quantos nativos vivem em comunidade, ou por subir a Machu Pitcho, onde uma grande civilização antes reinou, sentir a nostalgia de um porto mediterrânico, outrora habitado por grandes e opulentas caravelas e hoje esquecido no tempo e no espaço. Não sei do que fujo nem por que procuro.
Este sim, o verdadeiro dilema da minha existência.
Quero poder andar quilómetros e quilómetros a observar simplesmente a natureza, de sentir o quão pequenos nos sentimos quando estamos perante a derradeira criação que o Homem tanto quer destruir. Palmilhar todos os cantos deste nosso planeta, puder tocar, acariciar, cheirar, saborear tudo aquilo que este Mundo tem para oferecer.
Sei que esse momento chegará, mais cedo ou mais tarde, basta aguardar por ele.
E cá ficarei, pacientemente, aguardando.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
:)
"But i could fly away, or i could be no one."
Enviar um comentário