João é um rapaz como tantos outros. João não tem medo de viver, nem muito menos receio daquilo que desconhece. Ele tenta sempre virar a esquina do seu pequeno mundo para tentar descobrir o que é que vagueia em tempos e espaços outros que não aquele em que ele se encontra. João desdobra-se em multiplas figuras para tentar estar sempre em todo o lado, pois assim, segundo ele, podia ajudar mais pessoas duma vez só. João tinha muita gente com quem falar e aprender e até ensinar. Sabia precisamente com quem contar e quando contar, sabia ao certo todos os infimos promenores da sua nobre corte de amigos e gostava disso. Gostava de telefonemas a meio da tarde, de mensagens vespertinas e de mails fora de horas. Sentia-se confortavel neste seu mundo! Até que decidiu “virar a esquina”, ver o que é que havia para além de tudo isto. Já que era feliz assim, porque não ser AINDA mais feliz, pois para ele, a felicidade era uma fenomeno que não parava de o surpreender pela maneira como se ia transformando em algo cada vez maior, um pouco a semelhança dos fenómenos estrelares, onde a magnitude do Universo não para de espantar estudiosos e aficcionados. Por isso, e seguindo a mesma associação, João queria mais, queria pegar no telescópio que mantinha escondido debaixo da cama e explorar novas opticas e visões daquilo que ele tão bem conhecia. João queria amar, amar alguém que nunca tenha sido amado e mostrar que a vida pode ter um lado mais bonito e exuberante. João sempre se pensou como um namorado de sonho; se não era de certo nenhum Deus Grego, muito menos seria um corcunda escondido num alto de uma torre qualquer. O que lhe faltava em atributos meramente fisico, tinha para compensar a sua maneira de agir perante os outros, o seu amor próprio e a sua compreensão e condescendencia. Gostava de se imaginar num Domingo de manhã, sentao ao lado do seu amor, a tomar o pequeno almoço por ele preparado, a ver, quiçá, o Big Brother ou o National Geografic. Assim, João encarou esta sua nova epopeia de maneira efusiva e entusiastica. Procurava em cada mulher um sinal, uma ponta solta de destino pronta a ser agarrada, uma oportunidade para amar. Mas, tal como nos grandes livros clássicos que tinha lido, o Grande Heroi tem de saber ultrapassar todos os obstaculos que lhe são preparados pelo Plano, pois o Plano para ele era algo demasiado grandioso para ser ignorado ou afastado. Sentia-se bem ao ultrapassar todos os obstaculos que o Plano ia arquitectando, pois isso era, na visão dele, a demonstração dum caminho certo e duradouro. Este, aquele, mais uma conquista ao Tempo, mais um centimetro ganho ao Espaço, lá ia João ganhando o respeito do Plano e isso para ele era o mais importante. Não interessava onde, quando ou porquê, desde que o Plano se mostrasse de maneira grandiosa e conturbada, pois assim, a vitória teria mais prazer. João foi se deixando consumir pelo Plano, esquecendo o motivo pelo qual se tinha cruzado com ele; Amar. João esquecera-se que não importa o quanto procure e lute conta o Plano, este tem sempre um final destinado para si. Não vale a pena bravo João, tens a tua rota traçada e é a ela que tens de te manter fiel. O Plano controla o tabuleiro.
quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Hey Gonçalo! Olha, em 1º lugar, quero dizer que gostei bastante de espreitar o teu blog, tem pormenores interessantes...
em 2º lugar, queria-te convidar a visitares o meu blogue: "http://spider-ironist.bloguepessoal"
e em 3º lugar, gostei muito da música que tens no perfil...no entanto, não a consigo encontrar em lado nenhum =( Será que ma poderias mandar por mail ou messenger? filipe_cruz_2004@hotmail.com
Thanks! ;)
Enviar um comentário