sexta-feira, 15 de junho de 2007

Há lodo no cais


É verdade que já não me perdia em escrituras já a algum tempo.
Àqueles que apreciam ler um pouco de mim, peço desculpa. Aos outros não digo nada em especial, pois não irão ler isto….(óbvio)
Ultimamente muitas coisas têm mexido o meu mundo…faculdade, concertos, festas, enfim, uma panóplia de acontecimentos que me têm feito pensar e repensar muita coisa na minha tão-quase-pós-adolescente vida, mas só muito recentemente senti o peso daquilo que chamamos decisões. São elas que nos fazem vestir ganga, em vez de veludo. Que nos fazem comer Nestum em vez duma chávena de leite com Nesquick. Que nos fazem ir de comboio em vez de autocarro, só porque sai mais barato. Estas decisões afectam-me só a mim, por isso o facto de ficar com fome 2h após o pequenos almoço, só me incomodam directamente a mim, ou ainda de me doerem as pernas depois de uma longa caminhada do comboio até casa. Mas quando as nossas decisões afectam os outros….aí já o Mundo gira de outra maneira. Quando as pessoas esperam que a decisão que elas vão tomar, estejam dependentes da minha. Quando em vez de irem ter, por exemplo, com a namorada, vão até a um recôndito canto lisboeta celebrar o Santo António….porquê? Porque confiam em mim. Porque sabem que a decisão que tomo, será mais ou menos acertada. Que tudo pode correr bem. Que comigo estão a salvo…a salvo de tudo aquilo que pode correr mal. Expectativas são criadas, muito por culpa da forma cativante com que convenço a alinhar no meu plano megalómano de conquista Universal. Sabem que por detrás desta aparência minha, há alguém que tem os pés assentes na terra e que tem tudo controlado. E tenho, a maioria das vezes. O problema é quando o X na equação se eleva ao quadrado. Quando uma frase passa a um texto. Quando deixo de controlar a situação. Quando me perco daqueles que confiaram em mim. Quando estes sentem que o chão saiu do lugar e se sentem perdidos, por exemplo, em noite popularusca lisboeta, sem saber para onde ir nem onde ficar. É aí que a culpa de tudo estar a correr mal recai para aquele que fez “aquela” noite possível. É nele que toda a responsabilidade se acumula. E com razão. “Live together, die alone”.
Desculpem-me aqueles a quem falhei. Não hoje, nem ontem, mas sempre. Desculpem-me aqueles a quem as expectativas não foram cumpridas.

Com amor, Gonçalo

2 comentários:

Anónimo disse...

Realmente pensas que podes controlar o mundo e que nada pode afectar esse mundo mas não foi isso que aconteceu....Aconteceu um azar,um precalço numa altura dificil e no calor da noite podemos pensar que a responsabilidade é da pessoa que quis conviver connosco,que quis a nossa companhia para uma noite bem passada...mas a frio percebemos claramente que isso nao é verdade. Um grande abraço

Gonçalo Costa disse...

Agradeço e compreendo totalmente as tuas palavras. Agradeço, pela benevolencia que atribuis a tudo o que passou...compreendo porque foi exactamente isso que quis exprimir aquando dos acontecimentos.

Nao te queres mesmo identificar?

Um Abraço cheio de amor!